
Apresentação:
Meu nome é Liz Trindade Chollet, tenho 21 anos, moro em Porto Alegre e sou estudante de Fotografia da Unisinos, me formo agora nesse semestre.
N: Como tu começaste a fotografar e por que tu começaste a fotografar?
Liz: Eu comecei a fotografar muito pequena. Eu sempre tive influência da minha família fotografando com aquelas câmeras compactas muito simples e fui gostando. Eu sempre fui muito tímida e foi uma maneira de eu me sentir acolhida eu acho. Então fui fotografando. Foi um hobby e quando eu descobri que eu poderia trabalhar com isso e descobri a faculdade, decidi ir por esse caminho.
N: Tu já trabalhas com fotografia?
L: Sim, já trabalho. Eu trabalho com ensaios no geral. Mais com ensaios de mulheres e alguma coisa pra empresas, marcas, fotografia de produto.
N: E tu tens um trabalho mais pessoal e artístico em fotografia?
L: Tenho também. Tô desenvolvendo um pouco mais agora, não tinha muito, apesar da faculdade. Mas eu tenho alguns trabalhos sobre a aceitação, que são autorretratos do meu corpo, que eu tô tentando continuar em um projeto futuro. É o que eu foco mais e quero fazer mais trabalhos a partir disso, trabalhos mais pessoais.
N: Por que tu escolheste a fotografia? Por que tu gostas de fotografar?
Eu acho que é sempre bom poder fotografar pessoas e mostrar o que elas estão sentindo. Gosto de conhecer e me relacionar com as pessoas, mesmo que por um dia, gosto de fazer parte da vida delas por um momento.
N: Tu fotografas mais mulheres?
L: Eu não tenho um fluxo muito grande de trabalhos ainda, mas a maioria que eu fiz foram mulheres sim, fora esse outro lado da fotografia de produto.
N: E tu percebes alguma discriminação de gênero, machismo, no meio fotográfico?
L: Eu percebo alguma coisa quando eu vejo publicações no Facebook. Às vezes muitos fotógrafos homens acham que sabem muito mais ou aquela coisa de a mulher falar e depois o cara falar a mesma coisa.
N: Na tua vivência tu não percebes?
L: No meu dia a dia não aconteceu muito. Na minha bolha né, mas eu sei que acontece, infelizmente.

N: E o que tu entendes por feminismo? Tu te consideras feminista?
L: Sim, me considero e entendo feminismo como uma união. A gente sofre tanta coisa né e quando a gente percebe que essas coisas são erradas é bom ter um movimento, um grupo, ter mulheres que a gente possa se unir e gerar essa empatia e começar a querer lutar por todas.
N: Tu podes falar um pouco mais do teu trabalho pessoal? Tu falaste de aceitação, ele tem algo a ver com o feminismo ou tu não enxergas nessa ótica?
L: Quando eu comecei a fazer não tinha essa linha. Eu fiz o primeira em uma cadeira de fotografia analógica da faculdade, onde tínhamos que fazer um projeto. Era um período em que eu estava começando a emagrecer e então eu pensei em fazer algo sobre isso, como uma crítica através de mim, de como as roupas que usamos nos apertam, nos moldam. Foi focado nisso e inicialmente eu não tinha pensado na questão feminista, mas depois sim, porque é total isso né.
E meu trabalho mais recente também é nessa linha. Foi feito a pouco, depois que eu já tinha emagrecido e foi o processo contrário, de como eu ainda não me sentia nos moldes de corpo perfeito mesmo tendo atingido um corpo próximo disso. É bem íntimo, mas é algo que eu quero tentar expor em algum momento. Nele não sou só eu, inclui mais mulheres, e vejo como uma questão bem feminista.
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Contato: @lizcholletfotografia