
Alicia D’Amico (1933-2001) foi uma importante fotógrafa argentina. Formou-se na Escuela Nacional de Bellas Artes como professora de desenho e pintura, passando a lecionar nesta em 1953. Nesta época, na Argentina, a ausência de uma bibliografia dificultava o estudo da arte. Tendo consciência das dificuldades e desejando se aprimorar, em 1955, Alicia D’Amico se candidatou a uma bolsa do governo para estudar na França.
Na França, ela ficou um ano estudando e reunindo referências para trazer de volta ao seu país. A fotografia estava em efervescência nos anos 1950 e foi lá que Alicia se interessou por essa forma de expressão, adquirindo então sua primeira câmera. Entretanto, a fotografia sempre esteve presente na vida de Alicia, pois ela era filha de um fotógrafo de batismos e comunhões, chamado Luis D’Amico. Ao voltar para a Argentina, resolveu estudar no estúdio de seu pai.
Em 1960, a fotógrafa abriu um estúdio em parceria com sua colega Sara Facio, permanecendo até 1983. Alicia D’Amico e Sara Facio construíram sua trajetória juntas. As fotógrafas desenvolveram inúmeros trabalhos em parceria, como o livro sobre a cidade de Buenos Aires e o projeto Ensayo de La Locura; além de retratarem escritores e intelectuais da América Latina como Julio Cortázar, Jorge Luis Borges, Pablo Neruda, Mario Vargas Llosas, Octavio Paz etc.
Alicia ajudou a fortalecer a fotografia na Argentina. Em 1973, fundou com María Cristina Orive e Sara Fásio, a editora La Azotea, primeira editora fotográfica da América Latina. Em 1979, ao lado de Annemarie Heinrich, Eduardo Comesaña, Andy Goldstein e Juan Travnik, criou o Consejo Argentino de Fotografía. Também foi Sócia do Foto Club Buenos Aires
Proveniente de uma época em que as mulheres não tinham voz, Alicia foi defensora da liberdade da mulher. Em 1982, participou da criação de uma das primeiras instituições feministas da Argentina, a Lugar de Mujer. O feminismo também perpassou sua obra fotógrafica quando, a partir dos anos 1980, iniciou uma pesquisa sobre a relação da mulher com a fotografia; fotografando e sendo fotografada.
“Como somos sempre esteve relacionado com como nos veem. Ao nos dizer como nos veem, simultaneamente, nos dizem como devemos ser. Chegou o tempo de pensarmos e nos perguntarmos como nós nos vemos e como nós mulheres somos.”
Além do seu compromisso com o feminismo, ela também se preocupou com outras realidades sociais e culturais da Argentina. Buscou registrar comunidades marginais, como a dos índios mapuches, as vilas e os bairros que estão nas periferias da cidades; atém das “Las Madres de Mayo”.









BIBLIOGRAFIA
Buenos Aires, Buenos Aires, 1968.
Geografía de Pablo Neruda, Barcelona, 1973.
Retratos y Autorretratos, 1973.
Humanario, 1976.
Cómo tomar fotografías, 1977.
Sara Facio Alicia D’Amico, 1985.
Podría ser yo, 1987.
REFERÊNCIAS